quarta-feira, 29 de abril de 2020

Esse dia foi loko

A Importância de se matar o Taverneiro - RedeRPG

Dungeon World RPG

O mestre cervejeiro Krug viu com pesar o movimento de seu estabelecimento cair enquanto a cidade de Val'Gart estava sendo sitiada por monstros - criaturas de uma dimensão chamada de O Vazio. Poucos eram os clientes e há semanas as contas não fechavam. Então quando ele viu um casal de elfos, trajados de armaduras ricas, em uma carroça puxada por dois cavalos e acompanhado por um animal exótico se aproximando do seu estabelecimento, a esperança surgiu em seu estômago.



As coisas, no entanto, começaram a ficar estranhas quando os elfos entraram na sua taverna acompanhados pelo animal exótico, que lembrava um calo de pelagem escura com um chifre na testa e uma juba branca. Questionado, o elfo que Krug julgou ser dono do animal, não apenas afirmou que não, ele não estava no lugar errado, que seu "quilin" não ficaria no estábulo, como também Krug devia servir algo a ele ali dentro.

"Vinho", exigiu o cavalo!

"Pois não", respondeu Krug, se estão pagando, por que não. Enquanto o elfo bebia sua cerveja em uma caneca o "quilin" bebia vinho em um balde. A pedido de seu mestre o cavalo falante pareceu cuspir na caneca de cerveja, gelando a bebida instantaneamente. Mal sabia o mestre Krug que a situação ainda não começara a ficar estranha.

Kirin | Monster Hunter World Wiki

Pouco depois começaram a chegar os companheiros do casal de elfos. Primeiro chegou um halfling que, verdade seja dita, nada tinha de invulgar. Era um perfeito representante de sua espécie. Carismático, bonachão e inclinado a beber. O pequeno também pediu que o cavalo falante, que estava então engajado em uma conversa animada com os demais, que gelasse a sua bebida com uma cusparada. Em seguida chegou o maior homem que Krug já havia visto na vida - se é que era um homem. O novo visitante, claramente tocado pelo Vazio, possuía um longo e articulado nariz, de quase 2 metros, além de orelhas enormes e repleta de rasgos e cicatrizes. Krug normalmente não demonstrava preconceito para com os clientes, mesmo os tocados pelo Vazio, mas esse - Gaeron era seu nome - trazia consigo uma aura flamejante, calorosa e confortadora, demonstrando sua conexão íntima com Ignis (deus criador dos homens e mulheres no mundo de Âmbar). Com um sentimento inédito de humildade e veneração Krug serviu ao homem santo e seus dois filhos humanos adolescentes com cerveja que o cada vez mais tagarela cavalo falante não tardou em gelar com sua cusparada mágica.

"Esse é realmente um dia memorável", pensou Krug. Mas o festival de estranheza ainda não havia acabado e o febril mestre cervejeiro e seus criados serviam ao insólito grupo com bebidas e alimentos fartos sentindo-se como se estivessem em um sonho, ou alucinação.


Art by Wei Guan . . #picoftheday #instagood #galaxy #space ...

Por último, mas não menos surpreendente, chegou um elfo que, à princípio, não parecia ser nada além de ordinário. Ah, mas o mestre Krug IV, que herdou o negócio fundado pelo seu tataravô há mais de 150 anos atrás estava para ser surpreendido uma vez mais. O elfo carregava consigo, um animal exótico enrolado no seu pescoço, como uma madame usa pele de raposa, ao redor do pescoço. Esse animal era uma espécie de lagarto que, sendo justo, Krug poderia confundir com as antigas histórias sobre majestosos dragões que uma vez teriam existido no mundo antes do reinado dos magos, findado há mais de 500 anos. E que durou pelo menos, pelo que dizem as histórias, 1000 anos mais! O tal animal, no entanto, era do tamanho de um cachorro, bem magro e o taxidermista que empalhou tal criatura o fez com tal proficiência que ela parecia repousar tranquilamente sobre os ombros do elfo.

Quando porém o elfo - Elandyr era seu nome - se aproximou da mesa e se sentou com os companheiros, o cheiro de bebida pareceu magicamente dar vida ao lagarto de escamas prateadas que logo se pôs a beber com os demais, exigir bebidas - ele também falava! - contar piadas obscenas e arrotar de satisfação tão alto que fez as paredes da taverna - e não eram paredes qualquer, veja bem - vibrarem por um momento!

Mestre Krug IV lamentou ter dispensado o bardo pela falta de movimento pois sentiu que só faltava uma música para que a situação fosse considerada uma alucinação febril. Mas claro, ainda não havia acabado. Não se engane. Para completar o clima absurdo jamais imaginado por ele ou pelo mais louco dos homens, o elfo que chegou por último o chamou até a mesa. Krug se aproximou enxugando as mãos suadas no avental e um sorriso bobo no rosto, pronto para atender aos seus insólitos clientes, mas não estava preparado para o que lhe foi solicitado. Para atender os desejos da elfa grávida Elandyr queria que o cozinheiro  da taverna preparasse um prato de coelhos com abacates - ou seria abacates com coelhos - com as frutas que o elfo depositou nas suas mãos.

Pela hora seguinte ou pouco mais - poderia ser uma noite inteira, mestre Krug acabaria aumentando a história com o tempo - ele observou o mais estranho grupo que existiu, com animais falantes cuspidores de gelo, se esbanjar e gargalharem descontraidamente, como se fosse a última refeição do mundo. E para um deles, na verdade, seria. Mas essa história é para outro momento.

Esse dia foi loko.

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